COLEÇÃO CRONÓPIA

Já publicada por Caio Fernando Abreu em Morangos Mofados essa coleção também se faz conto, e responde por “O dia que Júpiter encontrou Saturno”.

Dessa junção de astros, estrelas e banalidades. Dessa junção de diálogos profundos, de encontros que também são despedidas. Dessa construção imaginária do que é a noite imensa vista do equador. Das visões dos chás de dadura e dos delírios tuaregues.

Nasce a representação da urgência de encanto que sinto; que se preenche com a boa literatura; que se completa com o criado.

Como entidade abstrata, nomeada por Cortázar:

“Un cronópio ve una obra de arte y no se detiene a analizarla, sino que la vive, la respira, como si formara parte de su propio ser. Para los cronopios, la belleza está en lo que sienten, no en lo que piensan."

Cronópio, aliás,

Cronópia.

Pensada nos detalhes, entre cortes clássicos e alfaiataria, acabamentos que compõem a sinfonia do que se vê e o que se sente, transparências que expõem toda a caixa torácica, a influência mística dos losangos estrelas; formas geométricas tão pouco orgânicas quanto poderiam, a surpresa de estruturas imponentes doces ao toque dos apêndices que caminham sob a terra.
Espero que essa coleção, tenha sido a ti minuto de silêncio em um mundo suspenso para o encontro com a poesia que canta, tão sutilmente ao olhar, o belo no banal assim como o Realismo Fantástico dos literatos.