Esta publicação foi desenvolvida originalmente para apresentar as coleções de moda autoral desenvolvidas pelos 50 novos criadores em moda do Bacharelado em Moda do Ceart Udesc. Todavia, tal qual é característica de tudo que é resultado da ação humana e seus desdobramentos no decorrer dos tempos, atualmente a Octa Mag busca mais que apresentar as coleções de moda. Seu mote é desvelar a pletora de criações em moda que ultrapassam o desenvolvimento de produtos do vestuário e acessórios. Esta Octa Mag – assim como boa parte de suas antecessoras –, urge para a compreensão da Moda enquanto ferramenta de expressão individual, artística e cultural; e, portanto, seu alcance reverbera searas além daquelas coloquialmente associadas ao campo das vestimentas.
A presente edição da revista e do evento, o Octa Fashion 12, teve como tema “Inefável”. Por definição, inefável é tudo aquilo que não pode ser expresso em palavras. Como o presente leitor pode imaginar, transmitir em texto as possibilidades criativas, inventivas, inspiradoras envolveu processo criativo peculiar. Criou-se como uma coleção: partiu-se de palavras-chave lançadas em brainstorm – ou em seu aportuguesamento, tempestade de ideias – que direcionaram aos quatro grandes temas desta publicação. Cada um deles orientou a realização de um editorial fotográfico que direcionou a realização de reportagens e entrevistas a partir do núcleo temático.
Logo, as próximas páginas dão a ver desdobres do conceito inefável nas vertentes da moda (Alvorada), arte (Prazeres), territorialidade (Maria das Rendas) e linguagem (Simulacro). Cada uma à sua maneira busca expressar em texto, imagens, cores e contrastes os significados possíveis do indizível, inebriante, inexpressável.
Tais caminhos possíveis foram coagulados, aglutinados a partir de muitas vozes e visões pela equipe da Octa Mag. Além de nossa numerosa grupo de discentes e docentes, pudemos contar com colaboradores compromissados e capazes que nos auxiliaram a organizar a coletânea sensível que as seguintes folhas carregam. Agradecemos cada voz, cada mão, cada olhar que nos ajudou a traçar a nossa versão do inefável.
O inefável é indizível. Mas é sensível. Pode ser percebido – e expresso – pelos sentidos. Sente-se no sublime e ensurdecedor silêncio colorido de um nascer do sol. Nas experimentações da forma sensível e maleável da nossa própria aparência. Pela brecha entre as dualidades, entre as definições exatas e precisas, o inefável desliza: alcança uma compreensão ilimitada. Faz visita ao saboroso e acolhedor lar de Dona Maria das Rendas. Lá, experienciamos a força enraizante da territorialidade: (re)vivemos tradições, criações, cultura.
Mas não nos demoramos. O inefável é desassossegado. Não se fixa. Deixemos o inefável livre para vagar pelos caminhos mais interessantes e improváveis que a criatividade de cada um proporcionar.