Jackie Sperandio
por Marcia Disitzer
Conhecer uma supermodelo nos anos 1980 foi, para mim - uma menina, ingressando no fascinante, mas também intimidador mundo da moda - um acontecimento. Conhecer uma top model numa prova de roupa, ela olhar dentro dos meus olhos e falar que eu deveria seguir o mesmo caminho que o dela representou, e representa, um sentimento sem palavras. Ou melhor, hoje as temos na ponta da língua e as utilizamos com frequência: empatia, sororidade, acolhimento.
Foi assim o meu primeiríssimo encontro com a Jackie, em 1989, numa prova de roupa de um super desfile da marca Biza Vianna, uma das mais badaladas daquela época no Rio, que seria, e foi, um grande espetáculo na Fundição Progresso, no bairro da Lapa.
A mulher linda e maravilhosa, estrela de campanhas e rainha dos desfiles das marcas mais renomadas daquele tempo, me teceu um elogio em público, em uma sala recheada de outros profissionais. Nada de carão, nem poses e muito menos pivôs. Distribuiu, de cara, uma dose farta de generosidade, me fazendo corar de alegria - e timidez, é claro. Nossa sintonia foi fina desde o primeiro encontro, delicada, amorosa. E é assim até hoje, graças a Deus.
Jackie, que brilhou como modelo nas décadas de 1970, 1980 e 1990, no Brasil, Japão e Espanha, sempre foi one of a kind. O rosto de beleza nada óbvia, o cabelo ruivo e o porte chique no último conferiam às roupas - clássicas como as de Georges Henri, ou elétricas, como as de Yes, Brazil - aquele borogodó que a gente não explica.
De alma nobre, ela diz que “já nasceu modelo” e que começou a desfilar no muro de sua casa em Bento Gonçalves (RS), onde nasceu. Aos 11 anos, mudou-se para Florianópolis com toda família e cresceu na Ilha da Magia. Desde criança, conecta-se com a moda. Primeiro como modelo, depois exercendo a profissão de atriz e agora como top figurinista da Rede Globo.
Nós duas passamos de amigas para outro patamar - somos da mesma família. Vou explicar: Jackie é muito amiga e comadre da jornalista Regina Martelli, com quem comecei a minha carreira no Jornalismo e a quem devo o mundo. Regina nos uniu ainda mais, somos envolvidas por sua energia fantástica. Sempre nos encontramos, comemoramos as vitórias e seguramos as petecas umas das outras.
Que bênção. Escrever sobre a Jackie é uma grande honra. Por tudo que ela representa na moda, pelas profissões que ela abraçou até aqui e que exerce com maestria e pelo amor terno e eterno que tenho por ela. E mais: por ela não ter mudado nunca. Continua a mesma mulher empática e acolhedora, predicados tão raros em tempos tão áridos.
Ela não anda, ela desfila, pela vida e pelo mundo afora.
Com amor,
Marcia Disitzer
Equipe
Modelo
Jackie Sperandio @jackie_sperandio
Edição
Monique Vandresen @mvandresen0502
Amanda Queiróz Campos @amandaqcampos
Beleza
Diego Américo @diegoamerico
Fotografia e Tratamento
Cláudio Brandão @brandaofotografias
Vídeo
Stephanie Barcelos @barcelosste
Heitor Caramez Peixoto @heitorcaramez
@oiluastudio
Styling e produção
Ingrid Broto ingrid_broto
Murilo Nunes @murilonunesoficial
Rebecca Bevacqua @_bevacqua
Sara Brait @sarabrait_
Texto
Márcia Disitzer