Albânia, a joia escondida da Europa nos bálcãs
A cada ano pelo menos um país que antes ficava “atrás” da cortina de ferro aparece como destaque nos planos de viagem de inúmeros viajantes, de mochileiros a aposentados. Um país, no entanto, permanece relativamente fora do radar, apesar de ocupar um lugar nobre no Mediterrâneo: a Albânia. Localizada ao norte da Grécia e ao sul de Montenegro, esta nação de maioria muçulmana nos Bálcãs ostenta tradições antigas, um litoral encantador e uma culinária impulsionada por ingredientes de origem local.
Como a Albânia não faz parte da Área Schengen, o processo independente de visto eletrônico ainda é fácil de navegar. Outro bônus: o país ainda não foi invadido pelo turismo de massa, então os visitantes podem aproveitar das trilhas de caminhada nos Alpes, ao norte, à pitoresca Riviera Albanesa ao sul, sem que a paisagem seja invadida por milhares de lojas da Zara ou H&M ou copos do Starbucks.
Para realmente apreciar a Albânia é preciso entender sua história, e a vibrante capital de Tirana é uma ótima base para aprender porque ela é a terra dos bunkers. Ah, tantos bunkers. É impossível determinar um número exato (alguns foram reciclados, outros destruídos), mas os registros afirmam que há algo entre 175.000 e 750.000 desses cogumelos de concreto abandonados em Tirana. Personificando a paranoia que definiu a liderança comunista de Enver Hoxha de 1944 até sua morte, em 1985, eles foram construídos após a Segunda Guerra Mundial em locais estratégicos como penhascos, mas também em campos, esquinas e ao longo do litoral em caso de um ataque de inimigos. E com Hoxha retirando a Albânia da política internacional e dos acordos comerciais econômicos por completo, ela só reabriu suas portas para turistas após a queda do comunismo em 1991.
Hoje, muitos dos bunkers sobreviventes evoluíram para espaços sociais e culturais como lounges, bares, pizzarias, estúdios de tatuagem e estúdios de artistas. Em Tirana, por exemplo, um dos maiores bunkers agora se chama Bunk’Art 2, um museu de 24 salas que reconstrói a história do Ministério de Assuntos Internos de 1912 a 1991, recriando suas celas de interrogatório com imagens vívidas e instalações de arte.
O moderno distrito de Blloku está localizado exibinde o lado descolado de Tirana — símbolos de progresso social e desenvolvimento econômico são intercalados sem remorso com lembretes de um passado conturbado. Vá até o eclético Komiteti para ver essa dicotomia em ação. Durante a era comunista da Albânia, de 1946 a 1991, o bairro Blloku foi bloqueado para o público como uma residência privada para oficiais do partido. Quando a revolução democrática da Albânia derrubou o regime, os portões para Blloku se abriram e o bairro se tornou um lugar para ver e ser visto. Cafés e bares descolados com terraços cheios de plantas alinham as ruas, e há muitos clubes legais também.
Como há muitos vôos baratos da Europa, as melhores praias acessíveis da Albânia, Ksamil e Saranda, ficam lotadas de junho a setembro. Para uma visita com mais tranquilidade, o ideal é planejar a viagem para maio, embora o mar esteja frio. Entre setembro e dezembro, que são provavelmente os melhores meses para visitar a Albânia em geral, o clima ainda é agradável e há menos visitantes.
No inverno, Tirana, a capital, aquece o turista em seus muitos restaurantes e bares atmosféricos como o Komiteti, que serve muitos sabores diferentes de rakija (conhaque de frutas). Se você tiver pouco tempo, voe para Corfu, na Grécia, e pegue a balsa para Saranda, para ver a Riviera Albanesa. Ou pouse em Tirana para aproveitar a comida maravilhosa e os pontos turísticos históricos da capital.
Se quiser fazer caminhadas nas Montanhas Amaldiçoadas, planeje uma viagem com mais tempo em terra. Dentro da Albânia, a locomoção ainda é, infelizmente, muito desafiadora. Os micro-ônibus compartilhados furgon da era comunista que circulam entre as cidades pertencem a um museu e não têm horários consistentes. E também têm o péssimo hábito de quebrar (mas quer coisa mais anos 80 que isso?). Viaje pelo litoral para encontrar praias tranquilas em Himara e Dhërmi e arredores e faça um passeio de barco para praias “secretas”, inacessíveis a carros.
Se você for a Ksamil, não ouse perder Butrint, uma cidade grega e romana de cair o queixo. Para uma arquitetura incrível, viaje para as “cidades-museu” da Albânia reconhecidas pela UNESCO. Em Berat, explore um castelo do tamanho de uma cidade no topo da colina e serpenteie por pequenos becos de pedra. Não perca as janelas premiadas da cidade, que são melhor vistas do outro lado do Rio Osum.
(da Redação)
Fonte: Embaixada da Albânia no Brasil.